sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Critica de livro: Paulo e Estevão: parte 32

A obra entra na "parte 2" após o contato de Saulo com Jesus,mas é mostrado que nesse ponto ainda não ocorreu a mudança de nome de Saulo pra Paulo,sua leitura em latim


Saulo sabe que precisa mais de apoio moral do que cuidado físico,pediu ao servo leva-lo a um amigo.Chegando lá pede ao servo que contasse o ocorrido


A historia choca o dono da casa,inclusive mais a parte do choro do que a cegueira.Por ter em sua casa muitos convidados importantes se preocupa mais com a reputação de Saulo(e sua própria) do que Saulo como individuo e lhe nega entrada por "estar fora de si"

Indica uma estalagem e avisa que iria depois em tom quase que de ordem perante ao pedido de ajuda de um amigo.Manda que dissesse que não estava


O servo tenta contar que "não estava",mas os ouvidos de Saulo o desmentem levando o servo a contar a verdade

A frieza de alguém que considerava leal e digno choca Saulo.Mesmo que o amigo se chocasse com a sua mudança e não concordasse com elas não deveria abandoar um amigo doente ao relento a noite

Ao se lembrar de Jesus Saulo compreende tudo.Ele teve uma experiências que o amigo não tinha passado e não tinha como entender e que poderia ter feito o mesmo se os papeis estivessem invertidos

Acaba ate por dar razão ao comportamento do amigo por entender o ponto de vista dele,que seria um incomodo as muitas visitas dele e ao invés de hospede seria um doente necessitando de cuidados


Saulo analisa a voz e escolha de palavras de discípulo e entende que ele iria em breve de "chefe da perseguição" para "alvo"

Percebendo o medo do servo e o libera da missão com mínima desculpa por ter família e filhos

A liberação mansa do doente,antes tão agressivo,enche de remorso o servo que se arrepende de deixa-lo sozinho

Saulo diz que não esta sozinho,que recebeu ordens de Jesus pra entrar na cidade e ficar em espera,que em breve instruções viriam

A esse ponto,mesmo com remorso e pena do seu "senhor enlouquecido",o servo o deixa pelo medo ligado as lembranças das torturas



Analise:

Saulo fez bem em ir atrás de amigos em momento de necessidade,ele esta lidando com grande mudança nessa etapa.Ele precisava cuidar do espirito mais do que do corpo já tinha um bom tempo.É uma pena que ele não tenha cultivado amizades de qualidade

O amigo em questão seria "leal e digno" para os padrões terrenos e sociais da época,mas ele tinha um grande foco nas questões terrenas

Infelizmente a "moral" e "ética" podem se mostrar de modo muito superficiais no mundo,basicamente da boca pra fora,isso se não são mal interpretada como aconteceu com gente como Saulo que "perseguia em nome dos bons costumes"

Esse homem me lembra muito os "amigos de festa",também conhecidos como "corredor de 100 metros na hora do problema"

Infelizmente quem entra na espiritualidade ou na busca por sabedoria tem de aprender a re-selecionar os amigos


Saulo representa bem o que alguém despertando pra realidade passa.A surpresa.A não aceitação e incompreensão dos mais materialistas,inclusive no meio religioso onde se costuma ter compreensão tão superficial quanto de fora e apenas sem assumirem.Reflexão sem fim da realidade apresentada durante uma vida toda.O entendimento do por que de não entendem

As pessoas deveriam entender a lição que Saulo pegou quanto a não dar pra esperar que outros que não passaram pelo que passaram o entendam.Um verdadeiro contrassenso esperar verdadeiro entendimento da parte de indivíduos que não passam pelo que você passou.Saber disso diminui o período de alienação


O país esta precisando de muita gente como Saulo.Gente capaz de se arriscar no "bom combate" sem medo de perigos.De mudar sem forçar outros a mudarem,de encarar o mundo sem violência e com muita sabedoria,de estar pronto pra ir sozinho se preciso

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