sábado, 27 de julho de 2024

Aparentando empatia: parte 2

Eis alguém que amou de verdade e teve todos os movimentos friamente calculados no bem geral


Mais do que o ultimo post estar muito grande,senti que o assunto ia sair um pouco do rumo que estava abordando,sem deixar de ser tão importante quanto,merecendo um pouco de exclusividade


Sabe tudo que falei sobre a pressão pra se aparentar simpatia?Existe muita cobrança pra médicos aparentarem que se importam,entretanto,envolviento emocional em ambiente profissional é péssima ideal

Imagine uma emergência,se não medico outra coisa,como um policial indo salvar pessoas.Quer mesmo que ele esteja tomando decisões com base em emoções ou que segure adrenalina pra resolver tudo racionalmente?


Temos médicos que adquirem problemas emocionais de diversos tipos devido a intencidade a pressão de um trabalho em que se tem vidas nas costas.Fora que,o contato com quem convivemos nos molda,logo,um ambiente de gente sofrendo...

Acrescentemos o exemplo policial que acabo de dar.Tem policiais que não conseguem mais se desgarrar do ambiente violento que estão enterrados,nisso levam pra casa,como no filme "tropa de elite 2".Temos muitos exemplos de policiais surtando exageradamente e ate ameaçando pessoas,fora os índices de suicídios acompanhando a profissão,isso tem comprovação de ser ligado a desompensamento psicólogo e emocional,algo que a maioria das profissões não passa,ao menos,na mesmo intensidade


Não digo que frieza é a solução aos problemas da vida,digo que tem hora e lugar pra tudo.Momentos de seriedade e tensão não costumam ser roda de desabafo cheio de lagrimas

A questão vale pra qualquer momento quer se tomam atitudes pra ajudar.Não dá pra um psicólogo passar credibilidade estando surtando.Não dá pra um professor ensinar se ele vai surtar com alunos por nada.Não dá nem pra um amigo ouvir outros se quer descontar no que esta tão ou pior do que ele


Vou contar um caso verídico que ilustra tudo:

Um homem precisou ser socorrido em local de difícil acesso e com gente assustada em volta.Um ataque de pânico pelo trabalho(policial)em alguém com problemas do coração.Um profissional da área da saúde no local cuidou do caso ate vir ajuda

O homem fora deitado ate se recuperar.Devido ao pânico,respirava tão mal que estava azul.Não bastaria apenas internar,como ocorreu outras vezes,precisaria de inúmeras provas de seu estado pra diminuir a carga de trabalho e não ter voltado ao trabalho(a historia é verídica e acontece frequentemente com muitos policiais)

Um outro policial que o conhecia veio pro local,tanto pra ajudar a leva-lo como pra ser a testemunha.O policial que acabara de chegar veio ate o amigo,imediatamente fez postura de poder(mãos no cinto acima da arma),mas dava pra notar pelos ombros e pernas sinais posturais de pânico.Querendo ajudar,o policial disse com voz de autoridade:

_Ele tem de ser virado de barriga pra cima pra que respire melhor

O profissional da saúde sabia o que fazia,afinal o homem estava no chão com dores nas costas por conta do estresse,se fosse virado o coração e pânico da dor só iriam piorar.Entretando,devido a ter uma autoridade armada em pânico e por precisar de testemunha da gravidade da situação,teve de agradar,já se preparando pro que iria acontecer depois

O paciente ficara rapidamente azul

_Ele parece mal

O agente da saúde,que naqueles minutos,fizera preparativos pro transporte e internação,diz com imensa frieza:

_Sim,ele tem dores nas costas,o chão duro lhe causa tanta dor que ele pode ter um ataque cardíaco a qualquer momento

O policial,embora aparentasse calma,perdeu totalmente o controle da situação e obedeceu o agente da saúde,não apenas quanto a virar novamente,como no resto do processo de socorro


Analisemos esta historia:

Nela temos um homem forte que parecia bem,mas estava em estado de pânico,quem sabe por ter empatia pelo colega de profissão.Suas decisões,mesmo que poucas,pioraram tudo devido ao desejo de ajudar,vindo das emoções descontroladas,sem saber de todos os detalhes

Por outro,tinha o agente da saúde,este frio demais e analisando o caso ate quanto a questão da recuperação psicológica ligada ao trabalho.Ele conseguiu salvar uma vida em uma luta de horas e arranjar melhores condições de trabalho.Fora cansativo e tinha de lidar com toda diplomacia com as pessoas em volta perdendo a calma,em especial a que seria o maior aliado do caso,a testemunha

O agente da saúde tinha sim uma carga pra lidar,mas não era lugar,deixasse pra depois.Havia uma vida a sua frente e que dependia de suas ações

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