sábado, 17 de agosto de 2024

Por que apoiar outros

Observei algo muito curioso nos primórdios do mediunismo brasileiro.Algo que destoava da constante pesquisa que acontecia na França.O quanto tinha obsessão,desenvolvimento de técnicas pra se lidar com elas e gente reclamando do trabalho que dava(e ainda dá)


Pode não parecer grande coisa,mas tinha ate livro com perguntas referentes ao tema no começo das produções.Basta pegar livros de Chico Xavier que eram focados em perguntas pra cruzar com o tema

Temos por exemplo: por que encarnados precisavam dedicar reuniões mediúnicas pra ajudar espíritos se o tempo poderia ser usado pros guias aconselharem os encarnados?

Eu posso,se me permitem ampliar a resposta do livro,é o que deveria ser básico.O dever e boa vontade para com os necessitados é uma norma cristã,ate mesmo uma estratégia de sobrevivência com base na união,a qual é mais realista do que a trairagem dos filmes de terror e series da netflix

Se existe algum equilíbrio deve-se ajudar quem precisa.Se aquelas pessoas já tinham recebido mensagens de iluminação do alto,seja por livro ou oratória,que praticassem-nas


Eu não sei quanto de espirito necessitado vinha na época,afinal a obsessão aberta foi o método inicial das trevas pra destruir o movimento espirita.O livro "os Dragões" descreve um pouco do período inicial espirita no país,ate mesmo abarca como os espíritas tiveram de se unir e vigiar,de que os espíritos inferiores estavam fazendo um favor,que sem eles haveriam brigas internas inúteis

Não existem tantas obras umbandistas,mas os idosos tem relatos pessoais da época,do tipo de coisa que se encarava,muito na base da coragem e fé 

Me parece que realmente tinha bastante,especialmente pra quem só queria ir pra centro espirita ser aconselhado sem contribuir com outros.Pra eles deveria ser bastante


Na época nem se tinha a noção de que médium era um endividado com deus e si mesmo.Ainda hoje tem quem tem mediunidade como sinal de evolução espiritual e elevação moral sobre os outros

A união e autovigia,que já mencionei,eram,em parte,devido  ao nível de perseguição religiosa da época e da crueldade,inacreditável aos dias de hoje,dos chamados hospícios.Em ambos o tratamento era espancamento e maus-tratos,seja por parte da população ou enfermeiros,algo próximo de como as crianças apanhavam pra se comportarem

Com essa base(de terror constante) toda,trago novamente a questão moral.Praticar é sempre difícil,dizer aos outros não é o bastante,mas era bom pra rever a própria vida,de pensar em se desenvolver,de fazer o bem.O conteúdo das reuniões acabava sendo aprimorado pelo exemplo de queda que os espíritos arrependidos traziam e ainda trazem 



A uns anos atras os membros do terreiro que vou ate hoje estavam bem mal devido as obsessões.Era um problema atras do outro,o que dava trabalho pros que estavam bem

Um dia,uma senhora que estava no grupo que ajudava,veio conversar comigo.Ela estava com os próprios problemas,como qualquer pessoa,ate se questionava seriamente sobre ter de ajudar os outros

Eu sabia que não adiantava falar de caridade e moral com ela.Vindo de lar católico,as palavras,mesmo ditas com jeito,seriam tomadas como bronca e moralismo de ferro,aos quais não teriam grande efeito em si,apenas a levariam a suprimir o que sentia.Lhe disse:

_Logo seremos nós precisando de ajuda

A senhora não deu muita bola,mas consegui resolver o assunto do melhor modo que foi possível na hora.Em pouco tempo,demonstrei que não errei.A família daquele senhora,inevitavelmente,apresentou brechas e precisou ser socorrida

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