Sempre é bom mostrar um exemplo da vida de Chico e tudo que ele fez.Mas gente famosa não é melhor,não pensem isso.Acontece é que com tanta gente morrendo algumas são de famílias mais famosas
Aqui fala de coisas que ninguém alem do filho e Nair Bello sabiam
Cita uma mulher misteriosa chamada Ângela de Vasconcelos,levou trabalho descobrir
Falou bem que a mensagem pode ser por qualquer um não só o Chico e podendo ser ate por sonho
Na verdade eu acho que é uma boa a espiritualidade investir de vez em quando em gente com voz, mostra que o mundo não é só dos pobres e que tem gente boa no meio,alem de que espalha o que tem na religião realmente(não fica só nos boatos)
Procurem no youtube o vídeo "Chico Xavier no Programa da Hebe - Natal de 87 (COMPLETO)".O vídeo era pesado demais para o blog.Nos concentremos na parte da Nair(12 minutos) pois o vídeo tem 1 hora
Era uma carta de 90 paginas em uma noite(Emmanuel usava meia folha e letra grande)
Falou que tem uma família e tinha que continuar a cuidar dela
Que a família era judia mas deu paz a eles
A seguir dados que peguei da carta
A atriz e humorista Nair Bello Souza Francisco (São
Paulo, 28 de abril de 1931 -- São Paulo, 17 de abril de 2007) declarou, sobre a
morte de seu filho: "Meu filho Manoel morreu em 1975, num acidente. Só
consegui superar no ano seguinte, depois que eu recebi uma carta dele
psicografada pelo Chico Xavier. Não tem provação maior para uma mãe. Mesmo
tendo outros filhos, você olha e vê que está faltando um."
Dados biográficos de Manoel, depoimento de seus pais e
sua mensagem, retirados do livro Correio do Além (CEU Francisco Cândido
Xavier/Espíritos Diversos 1983):
Manoel Francisco Neto, filho de Nair Bello Souza
Francisco e Irineu Souza Francisco, nasceu em Santos, SP, a 11 de outubro de
1955 e desencarnou em 14 de dezembro de 1975, com 20 anos de idade, vitimado
num acidente de automóvel que ele mesmo dirigia, de encontro a uma árvore na
rua Eng. Edgar Egídio de Sousa, próximo à sua residência, no bairro do
Pacaembu, São Paulo. O acidente ocorreu na madrugada do dia 9 de dezembro. A
família de Manoel preparava-se para passar as festas de Natal e Ano Novo em
Limeira, como era de costume, junto aos familiares de seu pai que lá residem.
A mensagem que enviou no dia 3 de junho de 1977 veio
iluminar a família e renovar a fé da aceitação plena da continuação da vida, da
imortalidade da alma, da comunicação dos espíritos.
"Vendo Chico Xavier começar a ler a mensagem que
o vimos psicografando por longo tempo, uma incrível sensação tomou conta de
nós. Uma graça estava sendo alcançada. (...).
Sentimo-nos felizes em vê-la publicada aqui, como
continuação de um trabalho de divulgação, pois ela é uma renovação de fé e
esperanças."
Nair Bello e Irineu Souza Francisco.
MENSAGEM
Querida mamãe, meu pai, este é o momento do Mané
criança e preciso pedir a bênção. Não sei muito bem como escrever aqui. A sala
iluminada, muita gente, e o menino aqui, lembrando as provas do colégio. Se a
memória não estiver funcionando corretamente, já sei que não consigo o que
desejo. Acontece, porém, que tenho bons amigos, auxiliando-me a grafar esta
carta.
Creiam vocês, a rapidez da escrita, o tipo da letra,
em grande parte pertencem a eles, à Vovó Maria (1) e ao nosso amigo Dr. Trajano
(2), mas o que escrevo, o que passo nas linhas caprichosas do lápis não é cola
nem sopro de outras inteligências.
1 -- Maria da Piedade Francisco -- bisavó paterna,
nascida em Portugal e desencarnada em Limeira, em dezembro de 1955, um mês após
Manoel haver nascido.
2 -- Dr. Trajano de Barros Camargo -- cidadão
benemérito da cidade de Limeira, onde fundou a primeira indústria lá existente.
A rua principal e o Colégio Industrial de Limeira levam o seu nome.
Mãezinha, é hora de chorar com vocês e afirmar que os
sentimentos são meus mesmo, são de seu Manoel caladão, enfeitado de tantas
ideias próprias e de tantas teimosias que fui até onde a rebeldia e a falta de
comunicação me levaram.
Já sabemos de tudo. Papai foi mais forte, naquele
dezembro que estourava com a nossa certeza de uns dias de recreio e bons papos
com os nossos de Limeira, quando você, mamãe, fazia tantos planos diante de
nós, para ver se descansava de suas lutas no trabalho, eis que o Mané não achou
a pedra no caminho, mas encontrou um tronco forte que me pôs a cabeça incapaz
de pensar.
Mãezinha e meu pai, eu fiz tudo para levantar o corpo,
mas creio que o choque me alterou a circulação. Não estamos na hora de saber se
rebentei alguma artéria importante ou se abri torneiras de sangue na cabeça
intracrânio (vamos criar uma palavra que me ajude a recordar), mas o que é
certo é que sou trazido até aqui para consolar-nos, uns aos outros.
Erguer-me não pude, falar muito menos, tive apenas a
sensação de que caía num sono contra minha própria vontade. E creiam vocês dois
que pensei em ambos do mesmo modo que pensei em Deus naqueles momentos em que
me apagava devagar. Tanto desejo de sair, buscar algum telefone e contar que
fora vítima de um acidente.
Mamãe, isso tudo eu pensei com tantas saudades de você.
Naquela hora precisava de sua alegria e de sua palavra para suportar o tranco,
mas sem saber rezar, em silêncio pedi a Deus nos abençoasse e não deixasse você
e meu pai acreditarem em suicídio. Às vezes, o Mané casmurro que eu era, falava
em mundo difícil de aguentar e fazia alguma referência que pudesse dar a ideia
de que, algum dia, ainda forçaria o portão de saída da Terra (3).
3 -- A depressão em que mergulharam todos,
especialmente Nair, foi enorme, visto que pairava na sua mente e coração a
dúvida se seu querido "Mané", como era tratado por ela, não teria
buscado voluntariamente a saída da vida, pois o rapaz tinha uma visão um tanto
quanto pessimista da realidade e do mundo.
Mas estejam convencidos de que o carro deslizou sem
que eu pudesse controlá-lo. A visão não estava claramente aberta para mim,
porque sentia em torno uma névoa grossa e a manobra infeliz veio fatal e com
tamanha violência que a ideia de suicídio não devia vir à baila.
Isso tudo, eu compreendi muito depois, porque naquele
instante estava pensando em Natal e em nossa viagem a Limeira. Não sei se
recordam que eu demonstrava uma certa indecisão entre acompanhar a família ou
ficar em nossa casa. Mas isso tudo era só de mentirinha porque, no fundo, eu
queria seguir com todos.
Mas eu que, às vezes, falava na morte, não sabia que
ela me espreitava assim tão perto. Caí, sem querer, num sono violento no qual
me pareceu estar num poço muito profundo, à espera de que me libertassem,
conquanto não me fosse possível gritar por socorro. Por fim, sonhei, como num
pesadelo, que me carregavam para o hospital e escutei, mamãe, o seu choro
abafado. As vozes baixas no sonho eram ainda mais baixas. Senti o cheiro de
remédios e escutei o ruído de instrumentos como se penetrando em meu cérebro. O
sonho era demorado, um sonho em forma de pesadelo, daqueles que a gente quer
acordar sem poder, mas depois veio um sono silencioso, como se tudo houvesse
acabado, o mundo e eu.
Despertei não sei quando até hoje, e me senti à
vontade, pedindo pela presença de meu pai para conversar. Queria preparar com
ele um modo de atenuar os sustos em casa e sempre com a ideia fixa na viagem do
Natal. Foi quando minha avó Maria e outra senhora, a quem ela deu o nome de D.
Maria Angélica de Vasconcelos (4), me animaram para o conhecimento da verdade.
A realidade é que eu estava completamente boiando no caos. Não conhecia
ninguém.
4 -- D. Maria Angélica de Vasconcelos -- segundo
informações obtidas junto à família do pai de Manoel, que reside em Limeira,
esta senhora viveu na cidade há muitos anos, tendo sido casada com o Capitão
Vasconcelos.
Elas me apresentaram a dois senhores, que se
identificaram como sendo o Dr. Trajano de Barros e o meu bisavô Souza (5), e
depois trouxeram um sacerdote amigo e paternal que me disse conhecer-nos a
todos. Tive a ideia de que o grupo se compadecia de minha ignorância, mas o
sacerdote encontrou um caminho para abordar-me:
"Pois você, Manoel, nunca ouviu falar em casa de
seu bisavô a história de Frei João (6), aquele que pretendia curar febres com o
suco de limas?"
5 -- Cândido Soares de Souza -- bisavô pelo seu lado
paterno, desencarnou em Limeira em 1939, cidade onde sempre viveu.
6 -- Frei João -- Pelas indicações da mensagem, deve
tratar-se de Frei João das Mercês que, segundo a história da fundação de
Limeira, foi quem deu origem ao seu nome. Acompanhando uma caravana em 1781,
Frei João fez questão de levar consigo grande quantidade de limas, pois na
época era corrente que estas frutas preservavam, aqueles que as chupassem, das
febres malignas. Frei João das Mercês, porém, ao chegar ao "Rancho do
Morro Azul", foi acometido de violento ataque de febre que o vitimou. No
delírio o religioso acusava seus auxiliares de terem envenenado a sacola de
frutas. Enterraram o religioso ali perto e com ele o resto das limas. Tempos
depois, perto da cruz erguida, nasceu uma limeira. E o pouso passou a chamar-se
"Rancho da Limeira".
Ele perguntou com um sorriso tão luminoso e tão amigo
que meu espanto diminuiu. Se eu estava vendo o frei João, de Limeira, eu estava
entre os mortos ou entre os vivos de outra espécie, e perguntando à minha avó
Maria sobre isso com o olhar, ela me respondeu: "É verdade, meu filho, a
casa de Irineu e de Nair agora é a nossa aqui para você. A morte não existe.
Você apenas voltou aos seus. Tínhamos muitas saudades de você também".
Aquilo me cortou o coração. E mamãe? Ela me informou
que você e meu pai, com meus irmãos, estavam com a bênção de Deus e que eu não
devia rebelar-me contra o acontecido. Mamãe, não adiantaria qualquer resposta
agressiva de minha parte...
Então chorei como se "nunca mais" fosse a
situação em que a morte nos coloca diante daqueles que mais amamos. As emoções
me agravaram a condição de doente e debati-me numa febre que perdurou muito
tempo. Febre em que a via alucinada de dor, com meu pai procurando
reconfortá-la. Quem disse que a morte liquida tudo estava muito enganado. Nas
alucinações ouvia os seus pensamentos: "O que terá você feito, filho?
Manoel, conte para sua mãe a verdade! Fale se você não mais nos quis!"
E eu respondia explicando o acidente, mesmo cansado e
abatido como estava. Via meu pai sofrer calado para não aumentar a tristeza em
casa, e ouvia os irmãos falando em festas de Natal e Ano Novo, com algumas
pontas de ironia de quem não compreende a presença do sofrimento nas horas em
que mais pensamos em Deus.
Mas, melhorando, comecei a temer por você, mãezinha.
Sua alegria parecia morta, seu coração dava a ideia de uma noite fria e sem
estrelas. Você pensava se valeria a pena ficar na Terra sem seu Mané casmurro.
E tanto amor extravasava de seu coração para o meu, embora as distâncias de
Espaço que não existem para os que se amam que, o teimoso de sempre,
inclinei-me para a ideia de Deus e comecei a pedir por sua alegria e por sua
vida. Papai e os nossos não poderiam ficar sem você e você não poderia vir
antes do momento marcado.
Pedi e pedi tanto, que um amigo apareceu com a vovó
Maria e se identificou por Oduvaldo (7). Era o nosso amigo Oduvaldo Vianna que
me disse: "Você pode estar sossegado. Nair é mais corajosa do que você
pensa e nós vamos organizar a peça em que sempre desejei ver sua mãe mostrar o
talento que lhe conheço."
7 -- Oduvaldo Vianna Filho -- Autor teatral que
desencarnou aos 36 anos de idade, no Rio de Janeiro, deixando inúmeras obras
teatrais, entre as quais "Alegro Desbum". Quando ainda estava
encarnado, numa tarde na casa de Cidinha Campos, no Rio, Vianinha convidou Nair
Bello para interpretar um dos papéis dessa peça, que ele acabara de escrever.
Na ocasião, Nair não aceitou o convite e a peça foi lançada no Rio, com outra
intérprete. Dois meses depois do desaparecimento de seu filho, quando maior era
a sua depressão e o manifesto desejo de abandonar a vida artística, Nair foi
procurada pelo diretor José Renato, que a convidou para interpretar o mesmo
papel que Vianinha lhe destinara ainda em vida. A instâncias de seus
familiares, Nair aceitou o convite e "Alegro Desbum" foi lançada em
março de 1976, havendo permanecido em cartaz, só em São Paulo, durante 14
meses.
Depois de algum tempo, passei a vê-la no espelho de
minha visão ocupada com o teatro e Oduvaldo com muitos amigos auxiliando-a.
Mãezinha, eu sabia que isso ia dar certo, porque você foi sempre a rainha do
trabalho. Serviço nunca lhe deu medo e foi com muitas lágrimas de alegria que
fui levado para abraçá-la em sua volta ao palco de paz e alegria. O trabalho
diminuiu nossas penas, papai ficou mais calmo ao vê-la mais serena e toda a
família reanimou-se.
Perdoem-me se me estendi tanto, não tenho pretensões
de sintetizar. Isso é para os escritores que burilam as palavras e as frases,
como os ourives fazem com as pedras preciosas. Aqui, mamãe, é só o coração do
filho para tranquiliza-los.
Estou bem. Estou em outras faixas e agora menos
introvertido. Estou aprendendo aquela ciência em que você e meu pai sempre me
quiseram bem formado, a ciência do diálogo. Estou aprendendo a sair de mim
mesmo e a ouvir para responder certo. Penso que consegui o que desejava:
sossegar meu pai e minha mãe, acerca do acidente de que fui vítima.
Papai está com excelentes estudos sobre a vida da
alma. Quando você, mamãe, puder fazer o mesmo, isso será muito bom. Eu teria
chegado aqui mais escovado se tivesse alguma preparação sobre os meus novos
assuntos.
Abraços na turma toda, começando por Aparecida (8) e
continuando nos irmãos. Diga, mamãe, a eles todos que estou melhor e com boas
notas de renovação. Desejo a todos uma vida longa e muito feliz.
8 -- Maria Aparecida -- irmã.
Obrigado, mamãe, por seus gestos de caridade pensando
em mim. Esse agradecimento é extensivo ao meu caro papai. Minhas saudações aos
seus e nossos companheiros de trabalho, especialmente aos que vieram com vocês
até aqui. Um abração para todos de São Paulo e Limeira e vice-versa.
Agora, peço-lhes que me abençoem com alegria. Mamãe,
creio que principalmente você e eu já nos cansamos de chorar. Coloque a sua
alegria em nossa vida como sempre. Seja sempre a nossa Nair Bello, que nós
seguíamos atentos em tudo de bom e belo que a sua arte produz.
Meu abraço aos dois, a você e a meu pai, com um beijo
do filho cada vez mais reconhecido e sempre mais filho de vocês pelo coração e
com todo o coração do Mané.
Manoel Francisco Neto.
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