sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Critica de livro: Paulo e Estevão: parte 4

Apesar de ter dito no ultimo post que Estevão assumiu uma espécie de "protagonismo",nesta parte da obra em que Estevão começa a pregar o recém-descoberto evangelho,a historia apresenta Saulo ao leitor para preparar para que no futuro eles desempenhem papeis opostos na causa evangélica e em seguida assuma o protagonismo


Saulo é apresentado ao leitor quase como um símbolo do alge da sociedade local,tendo poder financeiro e clerical,além de ser muito bem instruído em diversas áreas e ate mesmo tendo boa aparência


Ao saber das informações da cidade não perde tempo algum,mesmo sem muitos dados ou verificar por conta,em começar a criticar o movimento crescente do cristianismo primitivo

"O que esperar da Galileia?Por acaso produzira outra coisa além de legumes e peixes?"

Suas falas e pensamentos eram muito elitistas,mal viam o culto crescente como um bando de esfarrapados que contradiziam Moises por ignorancia.Um grupo que juntou mendigos,órfãos e loucos

Chegaram a conclusão de que "já que a moral do povo esta sendo afetada nada melhor do que "tomar providencias"".Aquela altura Saulo já concluirá que se o ancião do sinédrio Gamaliel,seu antigo mestre,deixou a situação chegar a isso por ser complacente,que ele,Saulo,e outros como ele teriam de tomar atitude por si mesmos


Começarei a analise:

A representação de Saulo como o "alge social" não foi apenas simples descrição de características de personagem,foi algo importante para obra para simbolizar todo o poder temporal do materialismo,algo extremamente importante mais tarde para mostrar as limitações desse poder,as mudanças internas que Saulo passou aos trancos e barrancos e o entendimento que o futuro pregador teria ao entrar em contato com diversas pessoas apegadas a matéria


O julgamento apressado e sem analisar bem(e olhe que se tratavam de representantes da lei)é um problema moderno cujo o tratamento deveria ser curso escolar(junto a estudos pra alcançar a felicidade e ate educação social),afinal temos uma constante enchente de informações e nenhum filtro pessoal pra analises.Não acho que a maioria tenha direito de sequer considerar critica-lo depois de uma vida fazendo isso


O trecho "o que esperar da Galileia" me fez lembra do "o que esperar do Brasil?Politicos corruptos e pobreza?" que um certo palestrante disse(já fiz post sobre).Eu concordo com o palestrante,se Deus quiser pode sair qualquer coisa que ele quiser,seja Galileia ou Brasil


Os doutores da lei estando bem na vida e não compreendiam o amor desinteressado no fim só podiam ver mal o amor despendido a quem sofre.Por não compreenderem acabaram maldando tanto quanto a imaginação lhes permitia

Entretanto,antes de firmar ódio por estes indivíduos,o leitor deve se recordar que poucas paginas antes havia sido dito que haviam na igreja doutores,antes ricos e poderosos,que tiveram de serem recolhidos pra lá e aprenderem verdades sobre a vida.Se o leitor tiver realmente aprendido as lições passadas na obra deve se abster de criticas


Decidirem tomar "providencias",não é só um truque de gancho literário logo após terem julgado apressadamente pra depois a historia se desenrolar de modo cada vez mais violento.Esse trecho mostrou o que acontece quando se perde pra uma noção de julgamento precipitado

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